Revivo pelos teus olhos.
Estive por muito, presa em lembranças que provavelmente alguns poucos têm sobre mim, como um lampejo pacato de uma menina que antes tinha um certo brilho nos olhos sedutores de sua adolescência. 

Como se sussurrassem “ah, aquela moça, Marina, onde se encontra?” 
Pois cá estou, trajando lembranças, tecendo amarguras, lembrando de cousas mais que me ocorreram que estive disposta em pôr num livro, e narrar a história como algo como se fosse inédito aos leitores, pois bem. 
 
Não há nada impressionante neste livro, apenas ecos que se escutam e passam por mim, memorias? Sim, mas se não houvesse como escrever eu jamais teria chances de voltar a viver pelos teus olhos, meu caro leitor e para essa história ganhar vida, por hora, teremos só os teus fixos nesse livro. 
 
Meu nome é Marina, mas não sei se assim me chamo realmente, fui inspirada de outra história afim de dar um motivo cabível de meu fim, como se fosse apenas uma reconfortante descrição de uma vida monótona num monólogo. 
    
 
podes imaginar o quanto fiquei extasiada ao reviver memorias que enterrei em mim, pelo simples prazer de não precisar falar mais sobre, já sou senhora, 40 anos, e ao completar 4 quatro décadas ficamos mais sensíveis, não deveria de estar? 
Acontecimentos infelizes? Não! Imagine! 
Sentimos nostalgia por acontecimentos que já estão guardados no passado pelo simples motivo de não poder revivermos enterramos em nós, assim eu os fiz e por fim sinto a melancólica saudade daqueles tempos que se foram da minha mocidade, tal qual me faz pensar que a formosura que fora feita pelas mãos do Criador em mim, mostra o quanto fui desenhada. 
não pense que eu estou sendo soberba, tolo leitor, estou apenas te ilustrando o quanto fui admirável, pela aparência e pela astucia. 
  O que tinhas de precioso, o que tinhas?
Mamãe era preciosa e tinha mãos que faziam nuvens e não simples pães, ela fazia obras com as massas que poucos que se atrevem a fazer o alimento sagrado, e quando fazem, os coitados não chegam a fazer um farelo que preste. 
Ela e meu pai se apaixonaram quando jovens, cresceram juntos, porém não foi um casamento somente por amor, naquela época meus avós se sentiram obrigados a unir as famílias, um desses contratos de casamento envolvendo terras, e gado. 
Mas já que se amavam, não fora nenhum sacrifício. 
 

Papai, homem bom, e integro, bem-criado e estudado, apesar de tanto para ser um homem grande e bem estudado optou por trabalhos braçais, quando um amigo lhe falou da grandiosa evolução do minério no brasil e grandes feitos fabris para a engenharia do novo mundo que se formava, a construção de ferrovias por estas terras que a coroa  trouxe para essas terras, ele se encantou, e disse que faria parte da construção do novo século.

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